Desde os primórdios da colonização, que o povo madeirense sempre cultivou o trigo como forma de garantir a sua subsistência.
Na freguesia da Fajã da Ovelha, todas as famílias anualmente semeavam vários dos seus terrenos com trigo, cobrindo desta forma as suas encostas com um manto dourado.
Como grande parte do seu tempo era dedicado às tarefas envolvidas nesta cultura, uma das formas encontradas pela população para tornar mais amena esta tarefa, era entoar inúmeras canções ligadas ao trigo, melodias estas que minimizavam a jornada de trabalho.
Das inúmeras melodias entoadas a esta cultura pelos populares destacam-se a Sementeira, a Ceifa, a Debulha e o Amassar do Pão. Melodias perpetuadas no tempo pelos diversos grupos musicais do concelho, nas quais se reflecte a memória dos antepassados e os traços mais autênticos da nossa cultura, que tinham como finalidade amenizar o árduo trabalho desta tarefa.
O número de alqueires de trigo em algumas oportunidades servia como sinónimo de riqueza e em alguns casos como moeda de troca de outros bens.
Na freguesia dos Prazeres e da Fajã da Ovelha, ainda hoje é possível presenciar esta actividade, sendo que nesta última, outrora também existiu uma fábrica de massas e de manteiga na qual se transformavam os abundantes trigos e que posteriormente viriam a ser comercializados quer na localidade quer no Funchal.
The Wheat
From the earliest days of colonization, the inhabitants of Madeira Island had always cultivated wheat in order to guarantee their survival.
Every year, in the parish of Fajã da Ovelha (in Calheta), all the families used to sow wheat in their lands, thus covering the cliffs with a golden mantle.
As the the great majority of the time was dedicated to the tasks involved in this culture, one of the ways for people making it a pleasant task was by singing several songs related to the wheat which contributed to minimize the effort of the workday.
Of the countless songs, the ones that stood out the most were ones related to sowing, harvesting, threshing and kneading bread. These melodies perpetuated in time by several musical groups in the community, which still reflect the memory of the ancestors and the true origins of our culture and their determination to make the hard work more bearable.
The number of bushels of wheat was even considered a synonym of wealth and in some cases used as currency for the exchange of goods.
In Prazeres and Fajã da Ovelha, it is still possible to witness this activity. Fajã da Ovelha even had a pasta and butter factory in which the abundant wheat was processed and, after that, sold in the local market and Funchal.
Der Weizen
Von den frühesten Tagen der Kolonisation an haben die Bewohner Madeiras stets Weizen angebaut, um damit ihren Lebensunterhalt zu garantieren.
In der Gemeinde Fajã da Ovelha haben Jahr für Jahr sämtliche Familien Weizen auf ihren Äckern ausgesät und auf diese Weise die Hänge mit einem goldenen Mantel versehen.
Nachdem sie einen Großteil ihrer Zeit der Kultivierung widmeten, fanden sie im Gesang von Liedern über den Weizen eine Möglichkeit, diese Aufgabe angenehmer zu gestalten und mit Hilfe der Melodien den Arbeitstag zu verkürzen.
Von den unzähligen Liedern, die vom Volk während dieser Arbeit gesungen wurden, tun sich besonders Thematiken wie das Säen, die Ernte, das Dreschen und das Kneten von Brotteig hervor.
Es sind Melodien, die für alle Zeit verewigt wurden durch eine Vielzahl musikalischer Gruppen in der Gemeinde, in denen sich die Erinnerung an die Vorfahren und die wahre Herkunft unserer Kultur widerspiegeln und deren Bestimmung war die harte Arbeit erträglicher zu machen.
Im Weiteren galt die Anzahl an Scheffel Weizen bei entsprechendem Anlass als Synonym von Reichtum und in manchen Fällen als Währung für den Tausch von Waren.
In den Gemeinden Prazeres und Fajã da Ovelha können Sie heute noch Zeugnisse dieser Betätigung finden, wobei früher in letzterer eine Nudel- und Butterfabrik betrieben wurde, in der aller Weizen verarbeitet wurde, der später entweder direkt am Markt oder auch in Funchal verkauft werden sollte.