terça-feira, 26 de julho de 2011

O TRIGO


Desde os primórdios da colonização, que o povo madeirense sempre cultivou o trigo como forma de garantir a sua subsistência.

Na freguesia da Fajã da Ovelha, todas as famílias anualmente semeavam vários dos seus terrenos com trigo, cobrindo desta forma as suas encostas com um manto dourado.

Como grande parte do seu tempo era dedicado às tarefas envolvidas nesta cultura, uma das formas encontradas pela população para tornar mais amena esta tarefa, era entoar inúmeras canções ligadas ao trigo, melodias estas que minimizavam a jornada de trabalho.

Das inúmeras melodias entoadas a esta cultura pelos populares destacam-se a Sementeira, a Ceifa, a Debulha e o Amassar do Pão. Melodias perpetuadas no tempo pelos diversos grupos musicais do concelho, nas quais se reflecte a memória dos antepassados e os traços mais autênticos da nossa cultura, que tinham como finalidade amenizar o árduo trabalho desta tarefa.

O número de alqueires de trigo em algumas oportunidades servia como sinónimo de riqueza e em alguns casos como moeda de troca de outros bens.

Na freguesia dos Prazeres e da Fajã da Ovelha, ainda hoje é possível presenciar esta actividade, sendo que nesta última, outrora também existiu uma fábrica de massas e de manteiga na qual se transformavam os abundantes trigos e que posteriormente viriam a ser comercializados quer na localidade quer no Funchal.




The Wheat
From the earliest days of colonization, the inhabitants of Madeira Island had always cultivated wheat in order to guarantee their survival.

Every year, in the parish of Fajã da Ovelha (in Calheta), all the families used to sow wheat in their lands, thus covering the cliffs with a golden mantle.

As the the great majority of the time was dedicated to the tasks involved in this culture, one of the ways for people making it a pleasant task was by singing several songs related to the wheat which contributed to minimize the effort of the workday.

Of the countless songs, the ones that stood out the most were ones related to sowing, harvesting, threshing and kneading bread. These melodies perpetuated in time by several musical groups in the community, which still reflect the memory of the ancestors and the true origins of our culture and their determination to make the hard work more bearable.

The number of bushels of wheat was even considered a synonym of wealth and in some cases used as currency for the exchange of goods.

In Prazeres and Fajã da Ovelha, it is still possible to witness this activity.  Fajã da Ovelha even had a pasta and butter factory in which the abundant wheat was processed and, after that, sold in the local market and Funchal. 




Der Weizen

Von den frühesten Tagen der Kolonisation an haben die Bewohner Madeiras stets Weizen angebaut, um damit ihren Lebensunterhalt zu garantieren.

In der Gemeinde Fajã da Ovelha haben Jahr für Jahr sämtliche Familien Weizen auf ihren Äckern ausgesät und auf diese Weise die Hänge mit einem goldenen Mantel versehen.

Nachdem sie einen Großteil ihrer Zeit der Kultivierung widmeten, fanden sie im Gesang von Liedern über den Weizen eine Möglichkeit, diese Aufgabe angenehmer zu gestalten und mit Hilfe der Melodien den Arbeitstag zu verkürzen.

Von den unzähligen Liedern, die vom Volk während dieser Arbeit gesungen wurden, tun sich besonders Thematiken wie das Säen, die Ernte, das Dreschen und das Kneten von Brotteig hervor.

Es sind Melodien, die für alle Zeit verewigt wurden durch eine Vielzahl musikalischer Gruppen in der Gemeinde, in denen sich die Erinnerung an die Vorfahren und die wahre Herkunft unserer Kultur widerspiegeln und deren Bestimmung war die harte Arbeit erträglicher zu machen.

Im Weiteren galt die Anzahl an Scheffel Weizen bei entsprechendem Anlass als Synonym von Reichtum und in manchen Fällen als Währung für den Tausch von Waren.

In den Gemeinden Prazeres und  Fajã da Ovelha können Sie heute noch Zeugnisse dieser Betätigung finden, wobei früher in letzterer eine Nudel- und Butterfabrik betrieben wurde, in der aller Weizen verarbeitet wurde, der später entweder direkt am Markt oder auch in Funchal verkauft werden sollte.





sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Linho

O linho ocupou em 1986, o quarto lugar no consumo mundial de materiais têxteis, sendo os três primeiros: a lã, o algodão e a juta.

Hoje, quase em desaparecimento, o linho foi muito vulgar em Portugal, tendo sido plantado e trabalhado em quase todo o país, sobretudo em regiões como o Minho, Trás-os-Montes, Beira Interior, Alentejo e Ilha da Madeira.

De uma maneira geral pode dizer-se que a planta dá-se bem em quase todos os climas. No entanto prefere os terrenos silico-argilosos, de solo profundo, de consistência média, fresco e permeável à água.

Segundo a tradição, “deve-se semear o linho na primeira Sexta-feira de Março, para ele ser fervaço (ser grande e forte), dispensando também desta forma a sua rega.

Em Maio, é possível visualizar as flores azuis ou brancas que surgem com fragilidade na paisagem tipicamente rural de algumas freguesias do concelho da Calheta e em especial na Ponta do Pargo.

Nesta freguesia e através da Casa do Povo local, em finais da década de noventa (1997-2000) recuperou-se esta tradição, promovendo-se o cultivo da planta.

Actualmente o Grupo de Folclore da Calheta, com sede na freguesia da Fajã da Ovelha – Lombada dos Marinheiros, cultiva cerca de 500 metros quadrados, encontrando-se actualmente a desenvolver todo o processo de tratamento da planta, mantendo viva esta tradição e fortalecendo  as raízes etnográficas no Concelho da Calheta.




Linen

In 1986, the linen occupied the fourth place in world consumption of textile materials, being the first three: wool, cotton and jute.
Today, almost in extinction, the use of linen used to be very common in Portugal, having been cultivated in almost every part of the country, especially in regions like Minho, Trás-os-Montes, Beira Interior, Alentejo and Madeira Island.
In general one can say that the plant gets along well in almost every kinds of climate. However it adapts better to land with clay minerals and to deep, fresh and waterproofing kinds of soil.
According to the tradition, "one should plant flax in the first Friday of March, so it will become big and strong, avoiding in this way the need of watering.

In May, it is possible to see the blue or white flowers that arise with a touch of fragility in the typical rural landscape of some parishes of Calheta, especially in Ponta do Pargo. In this parish, in the late nineties (1997-2000), the local "Casa do Povo" (community house), recovered this tradition, promoting the cultivation of the plant.
 
Today, the Folklore Group of Calheta, created in the parish of Fajã da Ovelha - Lombo dos Marinheiros, cultivates about 500 square meters, and is currently developing the whole process of the plant treatment, keeping this tradition alive and strengthening the
ethnographic roots in the municipality of Calheta. 




Leinen

Im weltweiten Vergleich der am meisten verwendeten Textilmaterialien nahm Leinen im Jahre 1986 noch die vierte Stelle nach folgenden drei ein: Wolle, Baumwolle und Jute.

Obwohl Leinen heute hierzulande beinahe verschwunden ist, war es in Portugal sehr gebräuchlich und wurde praktisch im ganzen Land angesät und bearbeitet, besonders jedoch in den Regionen Minho, Trás-os-Montes, Beira Interior, Alentejo und auf der Insel Madeira.

Generell kann man feststellen, dass die Pflanze in fast allen Klimazonen gut gedeiht. Sie bevorzugt jedoch tiefe Sand-Lehm-Böden mit mittlerer Konsistenz, kühl gelegen und gut wasserdurchlässig.

Der Tradition folgend "soll man Leinsamen am 1. Freitag im März aussäen, damit er groß und stark wird, um auf diese Weise an Bewässerung zu vermeiden."

Im Mai sieht man die dementsprechend ländlichen Gebiete im Raum um Calheta mit zarten blauen und weißen Blüten übersät, besonders jedoch in Ponta do Pargo.

In dieser Gemeinde und mit Hilfe der örtlichen "Casa do Povo" (= Volkshaus) wurde Ende der 90-er Jahre die Tradition zur Kultivierung dieser Pflanze wieder aufgenommen.

Derzeit kultiviert die Folklore-Gruppe von Calheta mit Sitz in der Gemeinde Fajã da Ovelha – Lombada dos Marinheiros eine Fläche von ca. 500m2 und entwickelt gleichzeitig den ganzen Prozess der Behandlung und Bearbeitung dieser Pflanze fort. Auf diese Weise werden Tradition am Leben erhalten und die ethnografischen Wurzeln in ihrer Gemeinde Calheta gestärkt.